O Arquipélago que Ressoa: Fernando José Pereira
4 julho — 12 outubro 2025
Curadoria: Andreia Magalhães

O trabalho artístico de Fernando José Pereira desenvolve-se sobretudo nos domínios do vídeo, da instalação e do desenho, sendo marcado por uma abordagem reflexiva em torno das condições da criação artística em articulação com os contextos históricos, sociais e políticos. A sua obra incorpora de forma implícita temas como a globalização, o exílio, o isolamento e distanciamento, bem como a perseguição política, étnica e racial. Paralelamente, o seu trabalho é atravessado por referências constantes ao pensamento e à obra de outros artistas, cineastas e autores, que o próprio reconhece como fontes de inspiração. 

A presente exposição foi pensada a partir da configuração e definição de arquipélago — entendido como um conjunto de ilhas geograficamente dispersas, mas interligadas por vínculos geológicos e culturais profundos. Para este projeto, foram reunidas obras realizadas entre o final dos anos 1990 e a atualidade, algumas das quais nunca antes exibidas, ou apenas apresentadas fora do país.

 

Mecenas da exposição: Fundação Ilídio Pinho

Fernando José Pereira nasceu no Porto, cidade onde vive e trabalha. Desde a década de 1990, desenvolve uma prática artística multidisciplinar, na qual o vídeo assume um papel central. Foi docente na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) e é autor de uma relevante produção teórica nas áreas da estética e da arte contemporânea. É cofundador da plataforma digital VIROSE — uma das primeiras em Portugal dedicadas à reflexão sobre as relações entre arte e tecnologia — e integra o coletivo de música eletrónica experimental Haarvöl. Expõe regularmente em instituições como o Museu de Serralves, a Fundação Calouste Gulbenkian, o Museu do Neo-Realismo, o Museu Internacional de Escultura Contemporânea, o Centro Galego de Arte Contemporânea e o Espacio de Arte Experimental (Salamanca). Participou também em exposições internacionais de referência, como a IX Bienal de Sharjah (2009), nos Emirados Árabes Unidos, e a III Bienal Ibero-Americana de Arte Contemporânea (2002), em Lima, Peru. A sua obra integra coleções públicas e privadas, nomeadamente as da Fundação de Serralves, a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação PLMJ, a Fundação Ilídio Pinho, o Centro Galego de Arte Contemporânea (CGAC) e a CACE — Coleção de Arte Contemporânea do Estado Português.

Andreia Magalhães tem desenvolvido a sua atividade profissional nas áreas da gestão de coleções, programação e produção de exposições. Em Portugal, trabalhou no Museu da Faculdade de Belas Artes, no Museu Nacional de Soares dos Reis e no Museu de Arte Contemporânea de Serralves. Fora do país trabalhou no Instituto Holandês para Media Art /Montevideo, o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, os Museus de Arte Moderna de Nova Iorque e de São Francisco e no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Desde 2017 é directora artística do Centro de Arte Oliva. É doutorada pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde é Professora Auxiliar Convidada.

A exposição enquadra-se numa linha de programação que tem vindo a ser desenvolvida no Centro de Arte Oliva de estimular o trabalho com artistas e instituições que exploram o diálogo entre disciplinas e esbatem as fronteiras entre filme, vídeo, performance e instalação.

PROGRAMA COMPLEMENTAR

27 de julho | 11:00 | Visita orientada por Mariana Rocha

Folha de sala PT



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