Obras e artistas em destaque

Jaime Fernandes sem titulo
Jaime Fernandes (1899-1969) é inequivocamente o mais reconhecido artista da arte bruta/outsider portuguesa, no entanto este reconhecimento acontece sobretudo fora do país, facto evidenciado por se ter deixado perder uma boa parte da sua obra e da remanescente se encontrar sobretudo dispersa em coleções no estrangeiro. Esta obscuridade prende-se com factos a que não são estranhas as circunstâncias da sua vida isolada, a forma como desenvolveu a sua obra e como esta posteriormente circulou: diagnosticado com esquizofrenia em 1938 foi internado por mais de três décadas no Hospital Miguel Bombarda (Lisboa), onde viria a morrer em 1969. Jaime começou a desenhar inesperadamente aos 66 anos, quatro anos antes da sua morte, de acordo com testemunhos e referências feitas aos desenhos nos registos clínicos do hospital e nas cartas que escrevia à mulher. A totalidade da sua obra conhecida é composta por desenhos, não datados, sobretudo feitos com esferográficas coloridas sobre diversos tipos de papel, onde um reduzido formulário de figuras, sobretudo animais imaginários, figuras humanas ou antropomórficas surge e ressurge em inúmeras variações, sempre desenhados numa densa trama de linhas.