Gaëlle Rouard: escuridão flamejante
7 julho — 17 dezembro 2023
Curadoria: Andreia Magalhães

Darkness, darkness, burning bright
In the forests of the night ...

Gaëlle Rouard trabalha desde 1991 como realizadora, sendo uma autora reconhecida do cinema experimental europeu. No Centro de Arte Oliva a cineasta converte o seu maior projeto até à data, o filme Darkness, Darkness, Burning Bright (2022) num díptico-instalação, dando origem a uma nova abordagem da obra. Formado por dois atos – Prelude e Oraison – Darkness é um filme de paisagem noturna e crepuscular, onde animais e vegetação emanam luzes iridescentes. Três anos de captação, processamento e edição foram necessários para a finalização do filme, a que se somaram nove meses para a criação do som. Cada plano do filme  é cuidadosamente composto e resulta de combinação de imagens fixas com imagens em movimento tendo sido já descrito como uma sucessão de quadros vivos (tableaux vivants) onde os efeitos visuais “conferem uma luminosidade alienígena ao mundo natural” (Maximilien Luc Proctor). 

Uma faceta mais desconhecida da produção artística de Gaëlle Rouard são as dezenas de fotogramas em exposição, realizados ao longo dos últimos três anos. Estas imagens são criadas a partir da exposição de objetos e elementos naturais à luz e emulsões químicas, sendo algumas posteriormente intervencionadas com pintura e colagem. Todas eles são imagens únicas, que nos revelam uma outra dimensão artística da autora.

 

Gaëlle Rouard é cineasta e artista. Desde 1991 tem vindo a realizar filmes, especializando-se em processamento químico de película e nas possibilidades da multiprojecção ao vivo. O seu último filme, Darkness, Darkness, Burning Bright (2022) estreou no Festival de Roterdão e foi premiado em vários festivais, ganhou o prémio do Istambul International Film Festival, o prémio da Competição Experimental do Curtas de Vila do Conde e o Best Sound Design do Ann Arbor Film Festival (2023).

Andreia Magalhães tem desenvolvido a sua atividade profissional nas áreas da gestão de coleções, programação e produção de exposições. Em Portugal, trabalhou no Museu da Faculdade de Belas Artes, no Museu Nacional de Soares dos Reis e no Museu de Arte Contemporânea de Serralves. Fora do país trabalhou no Instituto Holandês para Media Art /Montevideo, o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, os Museus de Arte Moderna de Nova Iorque e de São Francisco e no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Desde 2017 é directora artística do Centro de Arte Oliva. É doutorada pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde é Professora Auxiliar Convidada.

A exposição enquadra-se numa linha de programação que tem vindo a ser desenvolvida no Centro de Arte Oliva de estimular o trabalho com artistas e instituições que exploram o diálogo entre disciplinas e esbatem as fronteiras entre filme, vídeo, performance e instalação.

Agradecimento: Curtas Vila do Conde, International Film Festival.

 

PROGRAMA COMPLEMENTAR

07 julho| 18:30| Inauguração + visita comentada à exposição com Gaëlle Rouard e Andreia Magalhães (inglês)
29 julho | 15:00 | Visita em LGP com Ângelo Costa (com tradução para português)

15 de outubro | 15:00 | Visita orientada com Susana Rodrigues

Visita à exposição © Paulo Cunha Martins

Vistas de exposição © Dinis Santos

Darkness, Darkness, Burning Bright (2022), cortesia Gaëlle Rouard