Seminário Culturas Paralelas
18 — 19 novembro 2022

O Centro de Arte Oliva associa-se à Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto para um seminário de dois dias em que se vão debater as relações entre arte bruta e arte contemporânea.

Que relações podemos estabelecer entre a chamada arte bruta/outsider e outros géneros marginais e a produção artística contemporânea do sistema artístico instituído? Que barreiras existem entre as artes, os seus sistemas e culturas de avaliação e de validação? Que juízos estéticos e críticos determinam as nossas conceções dos processos artísticos? Serão algumas das questões abordadas.

Em 1912 Paul Klee declarou que a arte dos doentes mentais, assim como a arte das crianças, deveria ser levada muito mais a sério ”do que as coleções de todos os nossos museus de arte, se pretendemos realmente reformar a arte de hoje”, chamando a atenção para a criação artística produzida à margem e isolada da cultura dominante, não mediada e veiculada pela regras do sistema artístico. É conhecida a influência que muitos dos criadores marginais da história da arte, que hoje são reconhecidos artistas outsider, tiveram sobre artistas modernos e contemporâneos. Em Portugal, Paula Rego criou uma numerosa série de pinturas na década de 1980 inspirada em The Realms of the Unreal [Os domínios do irreal], de Henry Darger (1892-1973), após ter visto visitado a exposição Outsiders: An art without precedent or tradition na Hayward Gallery em Londres, para citarmos apenas um caso.

Desde a sua fundação, o Centro de Arte Oliva acolhe em regime de depósito duas grandes coleções particulares que têm vindo a ser apresentadas num programa contínuo de exposições temporárias: a coleção Norlinda e José Lima — um relevante acervo de arte contemporânea portuguesa e internacional, e a coleção Treger Saint Silvestre — de Arte Bruta/Outsider. A residência das coleções está na base da programação das galerias de exposição e dos projetos desenvolvidos pelo Centro de Arte Oliva, tornando-o a única instituição artística do país que trabalha de forma regular e contínua a arte contemporânea e arte bruta/outsider. Esta conciliação é rara na Europa onde conhecemos apenas o exemplo do Museu Le LaM – Lille Métropole Musée d’art moderne, d’art contemporain et d’art brut.

A entrada é gratuita e requer inscrição prévia através do formulário.

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